quarta-feira, abril 16, 2008

SERÁS SEMPRE VIDA...

Árvores do Alentejo (Eduarda Machado)

Horas mortas...
Curvada aos pés do Monte
A planície é um brasido e, torturadas,
As árvores sangrentas, revoltadas,
Gritam a Deus a benção duma fonte!
E quando, manhã alta, o sol posponte
A oiro a giesta, a arder, pelas estradas,
Esfíngicas, recortam desgrenhadas
Os trágicos perfis no horizonte!
Árvores! Corações, almas que choram,
Almas iguais à minha, almas que imploram
Em vão remédio para tanta mágoa!
Árvores! Não choreis!
Olhai e vede:--- Também ando a gritar, morta de sede,Pedindo a Deus a minha gota de água!

Florbela Espanca

P.S - Um dia será um dos teus poema que colocarei aqui...só para ti avó!!!
Beijo da tua para sempre Patrícia...

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